'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata luta diária contra doença
'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata uso de 25 medicamentos por dia Dores constantes, noites mal dormidas e uma rotina de limitações. Desd...

'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata uso de 25 medicamentos por dia Dores constantes, noites mal dormidas e uma rotina de limitações. Desde 2022, Carmen Beatriz de Paula, de 43 anos, convive com a fibromialgia. A doença, que afeta cerca de 3% dos brasileiros, causa dor muscular generalizada e crônica. Outros sintomas comuns são o sono não reparador e cansaço. Ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e de memória também podem surgir com a síndrome. Mais recentemente, ela também foi diagnosticada com esclerose múltipla, o que compromete ainda mais sua mobilidade. “Tenho dor todos os dias, é uma dor de 24 horas. O processo da fibromialgia foi de perceber que a dor não ia embora nem com fisioterapia, nem com tratamentos normais de analgésico e nada tirava a dor. Eu comecei a entrar em pânico", relata Carmen. Atualmente, ela usa uma bengala. "Tem um seis meses que eu estou com ela [bengala]. Eu demorei para aceitar que eu precisava de uma, até ter várias quedas, ai você fala: 'ah, tá bom, vou aceitar'". 'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata uso de 25 medicamentos por dia Reprodução/TV Globo Dor crônica: condição afeta milhões de brasileiros e já é a principal causa de aposentadorias precoces no país VÍDEO: Jovem com pior dor do mundo passa por procedimento com sedação profunda em busca de alívio; veja cirurgia 'As pessoas não conseguem compreender' Além dos sintomas físicos, Carmen enfrenta os impactos emocionais da doença. “Olha para minha cara, você não vê a fibromialgia. Ela é essa doença invisível. Acho que o mais duro é a falta de acolhimento. As pessoas não conseguem compreender", desabafa. Ela faz tratamento no Centro de Referência da Dor Crônica em São Paulo, onde recebe acolhimento e terapias. “Aqui é onde, pela primeira vez, não tive que provar nada”, diz emocionada. A rotina de Carmen inclui sessões de fisioterapia. Ela adaptou sua casa para lidar com as limitações impostas pela dor, modificando móveis e utensílios para facilitar o dia a dia. “Se eu viro como uma pessoa normalmente viraria, eu acordo com dor”, explica. Carmen faz tratamento no Centro de Referência da Dor Crônica em São Paulo, onde recebe acolhimento e terapias. Reprodução/TV Globo Reconhecimento legal: fibromialgia como deficiência A nova legislação sancionada em julho prevê que pessoas com fibromialgia poderão ser equiparadas a pessoas com deficiência, mediante avaliação biopsicossocial. Carmen, no entanto, teve o benefício negado pelo INSS. “O exame falou que eu não tenho problema nenhum”, conta. Ela decidiu recorrer à Defensoria Pública para tentar reverter a decisão. “Não sei o que seria da minha vida sem minha mãe. E se ela faltar?”, questiona. Esperança Apesar dos desafios, Carmen encontrou na dança uma forma de resgatar sua autoestima. Após meses de tratamento, voltou às aulas de flamenco. “O flamenco me salvou. Ele ajuda a integrar as emoções que estão no corpo e dar vazão para essa dor.” Carmen em aula de flamenco Reprodução/TV Globo Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo: Dor - Edição de 02/09/2025 Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter: